O inesperado 4-4-2 de Joel Santana

Joel se mostrou criativo montando um time sem criatividade. Já antecipo que este 4-4-2em duas linhas não lembra em nada o Manchester City. Historicamente os treinadores brasileiros montam clubes no 4-4-2 em quadrado no meio, algumas impressões neste 4-4-2 inglês, mas sem continuidade. O Flamengo conseguiu o que queria com o empate fora de casa, jogou especulando o resultado e adaptando o  novo esquema ao adversário.

Alguns treinadores ficam conhecidos como legítimos professores pardais, não que Joel seja um, mas nesta esteia na Libertadores o técnico conseguiu inventar um 4-4-2 em duas linhas tipicamente inglês, e completamente inesperado por críticos e adversário.Tal atitude pode se explicar pelo fato do Lanus ser forte pelos flancos.

Este inesperado 4-4-2 em duas linhas com três volantes e meio no meio campo – Renato não é volante por completo  - e extremamente lento. Compactação entre linhas de defesa e meio, mas um enorme espaço entre meio e ataque. Saída pelas laterais seria a principal arma forte com Leo Moura e Junior Cesar, Leo Moura o jogador mais lúcido do time, Junior Cesar foi discreto.

Setas pretas, movimentos ofensivos. Setas amarelas, jogadores de meio guardam posição para passagem dos laterais. Setas roxas a distancia entre meio e ataque

O meio campo seria um show para os amantes do automobilismo, volantes a vontade. Maldonado e Airton no centro, Renato e Willians como wingers nos flancos. Leo Moura infiltrava pela direita em velocidade deixando Willians guardando sua posição. Lado esquerdo dependeu do apoio de Renato.

Ataque ficou a mercê da genialidade de Ronaldinho, mas em noite apagada, não justificando sua convocação. Deivid foi Deivid, torcedores rubro-negros esperam por Vagner Love como salvador.

Em certo momento Joel pediu para equipe jogar na base da ligação direta entre defesa e ataque, qualquer um podia notar que o Flamengo com bola no pé não criava e se quer envolvia o adversário. Com o Lanus jogando adiantado o intuito era pegar a defesa despreparada, mas onde estavam os jogadores de velocidade? Quem faria a ligação? Os zagueiros com seus balões? Difícil acreditar que daria certo.

Transição ofensiva era tão lenta quanto um elefante, Ronaldinho recuava para organizar e sua única opção de passe a frente era com Deivid cercado de quatro ou cinco argentinos. Sem criatividade, pois no meio só havia volantes, e com "wingers" anulando os laterais o Fla penou para criar.

Defensivamente o time sofreu mo embate entre Wellinton x Pavone, a vitoria pessoal do argentino foi tamanha e vergonhosa contra o brasileiro. Ah tempos não tinha visto um zagueiro sofrer tanto com um centroavante. Jogadas de pivô, giros, e malandragem típica castelhana foram constantes e Wellinton dependendo da cobertura de David Braz.

Posicionamento efetivo defensivo era com oito jogadores - primeira linha defensiva de quatro jogadores; logo a sua frente a segunda linha defensiva. Com volantes pelos flancos o intuito de Joel era eliminar a principal jogada do Lanus, a bola aera e lances de flanco.

Contra ataques rubro negros foram quase nulos, pois poucos auxiliavam o ataque com passagens e movimentação. Para piorar o time errou passes como nunca, o jogo não fluiu. A bola era retomada e logo devolvida ao Lanus.

Joel pode ter ficado satisfeito com o resultado, mas o futebol demonstrado dentro de campo foi broxante. Pode se levar em conta o fato de estar jogado fora de casa, Vagner não ter jogado e os jogadores ainda não terem comprado a idéia do treinador. Espero uma evolução do Flamengo. O trabalho para botar o time nos eixos é longo e árduo, mas nada que Papai Joel desconheça.

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