Archive for abril 2012

Análise Tática – Internacional x Grêmio, colorado campeão


Neste domingo o Inter sagrou-se campeão da Taça Farroupilha. O jogo por si só é tenso, Gre-Nal repleto de fatos inusitados. Primeiro por Luxemburgo não divulgar a escalação do tricolor e, optou por pagar multa. Segundo, novamente Luxemburgo, arrumou rixa com gandula e acabou sendo expulso. O Inter manteve seu jogo e não se deixou abalar pelos fatos ocorridos, vitoria merecida.

 Dorival Junior segue com seu 4-2-3-1. Se contra o Fluminense, Dorival já não tinha jogadores à disposição, contra o Grêmio só piorou. Oscar e D’Alessandro sem previsão para voltar, mas o comandante colorado não contava com ausências de Dagoberto e Kleber, lesionados na partida anterior. Nei estava suspenso e também não foi a campo. Com tantos desfalques a dinâmica de jogo ficou prejudicada, o estilo de jogo já na era o mesmo. Dorival primeiro defendeu para depois atacar.

Luxemburgo inventou neste Gre-Nal. Armou sua equipe no 4-3-3 sem criação, objetivo, mas sem conclusões a gol. Um time que acelera o jogo no meio campo, apenas com passes laterais, porém sem atacantes com “faro” de gol. O time como um conjunto era previsível e facilmente marcado, primeiro tempo acabou sem finalizações a gol, apenas uma intervenção de Muriel.

Diagrama tático. Inter 4-2-3-1, Grêmio 4-3-3. Setas pretas movimentos ofensivos, amarelas defensivos.

Inicialmente a proposta de jogo do Grêmio era interessante, pois jogava pelos flancos e com velocidade. Com o tempo se tornou uma jogada manjada e facilmente manipulada pelo Inter. O primeiro passe era de Fernando, este procurava os laterais – Gabriel e Pará -, ou meias – Souza e Marco Antônio - do triangulo de base alta. Estes com posse de bola aceleravam o passe a frente. Eis aqui o ápice do ataque tricolor. Miralles na esquerda tinha como principal função ser um atacante que saía do flanco e fazia diagonal ao centro, perdeu TODAS contra Jackson. Bertoglio do outro lado, jogava mais pelo centro do que na ponta, sempre em velocidade e, invariavelmente semelhante a Miralles, perdendo TODAS para a zaga. André Lima não viu a cor da bola, a bola não chegava e, André foi pífio. Ambos os atacantes abriam corredor para o lateral, porém Gabriel pela direita não cruza uma bola na área e Para é destro jogando na esquerda, precisa enquadrar o corpo para cruzar. Sem contar que laterais não tinham apoio para tabelar de atacantes ou meias.

Souza foi um meia plantado pela direita, não atacou. Marco Antônio só jogava com bola no pé, apenas lançava Miralles em velocidade pelo corredor direito.

Flagrante tático. Grêmio no 4-3-3.

Inter primeiramente defendia, por sinal muito bem. Dorival pôs Datolo e Tinga como wingers, estes acompanhavam os laterais do tricolor e, jogavam as suas costas. Então, ou o lateral apoiava, ou guarnecia, pois era certo que Tinga/Datolo jogariam as suas costas. Pois bem, Datolo e Fabricio deitaram para cima de Gabriel, as tabelas em profundidade sempre levaram perigo ao gol de Victor. Jajá pelo centro usava de seu porte físico para fazer pivô e girar sobre seu marcador. Tinga jogando pela direita não era ponta, mas sim um meia que se aproximava de Jajá, ate porque Tinga não tinha o apoio de Jackson.

Flagrante tático. Inter no 4-2-3-1.

Porque o Inter anulou o Grêmio? Dorival armou sobra defensiva que fazia com que a defesa tivesse um homem a mais em relação ao ataque. Jackson, Moledo, Indio e Sandro Silva x Miralles, Bertoglio e André Lima, um 4x3 em favor do Inter. Impressionante foi que todos defensores tiveram vitoria pessoal contra os atacantes. Guiñazu era o volante caçador, saía para dar o bote e recuperar a posse de bola, Sandro Silva o volante plantado. Fabricio o lateral que apoiava e fazia dobradinha com Datolo.

Sem bola o Grêmio tinha uma variação. Bertoglio recuava e se tornava ponta-de-lança, deixava de ser ponta, esquema saía do 4-3-3 para 4-4-2 losango. Porém, o argentino não acompanhava ninguém, apenas fazia volume no meio campo. Esta variação de esquema tinha como intuito diminuir o volume colorado no meio, pois eram 5 colorados contra 3 gremistas.

Flagrante tático. Grêmio no 4-4-2 losango com recuo de Bertoglio.

O Inter com bola demorou em levar perigo a Victor. A troca de passes não conseguia abrir o sistema defensivo tricolor. Aos poucos o Inter foi descobrindo que o caminho do ouro era com bola aérea. Leandro Damião sempre conseguiu vitoria contra os zagueiros. Em um destes lances saiu o gol. Tinga cruzou, Damião dominou, Gabriel tentou cortar de letra, a bola sobrou para Datolo em chute cruzado abrir o placar.

Com gol sofrido o Grêmio passou a pressionar a linha de defesa colorada. O tridente ofensivo pressionava os zagueiros para que estes, acuados, errassem a saída de bola. O resultado saiu no segundo tempo.

Segundo Tempo

Precisando empatar, Luxemburgo mudou durante o intervalo. Saíram os apagados André Lima e Miralles, para entrar Marcelo Moreno e Marquinhos, respectivamente. Luxa espelhou o esquema colorado, 4-2-3-1 com encaixe de marcação. Os volantes foram Souza na direita e Fernando na esquerda. Meias, Marco Antônio na direita, Marquinhos pelo centro e Bertoglio na esquerda. No ataque o solitário Marcelo Moreno.

Flagrante tático. Grêmio espelhando o Inter no 4-2-3-1.

A proposta de jogo tricolor era ainda mais definida, jogar pelos lados do campo e tão somente ali. Desde o inicio do jogo o Grêmio adiantou sua equipe e empurrou o Inter para seu campo, porém o Grêmio pouco finalizava.

O Grêmio passou a jogar pela direita e “esqueceu” o lado esquerdo. Porém o que já era ruim ficou pior. O time apenas trocava passes laterais, evoluía com muito custo. As dobradinhas entre: Pará/Bertoglio e Gabriel/Marco Antônio eram de baixa qualidade, pouco se aproveitava. Marquinhos joga apenas com bola no pé.

O Inter mesmo acuado em seu campo não demonstrou instabilidade no setor defensivo. Os wingers auxiliavam os laterais na marcação pelos lados e estando muito atrás, a transição era lenta. A única tentativa era de rifar bola para o ataque e encontrar Leandro Damião.

Gol! Tricolor empata aos 10 minutos. Fernando cobra bala na trave e no rebote, Werley marca, tudo igual.

Divisor de águas. Aos 19, o gandula ajeitou a bola para cobrança rápida de Dátolo e o juiz anulou a cobrança. Só que Luxemburgo saiu enfurecido para cima do gandula, o que gerou empurrões e um princípio de confusão que resultou na expulsão do treinador gremista.

Porque divisor de águas? Pós-confusão de Luxa, o Grêmio se perdeu. O s quatro minutos de parada favoreceram ao colorado. O tricolor não encontrou mais espaços para jogar e ainda viu o Inter crescer na partida.

Dorival faz primeira mudança. Sai Datolo, entre Jô. O time ganha em porte físico e bola aérea. Com Jô em campo o time fica dependente de apenas Fabricio pelo flanco, pois na direita ninguém ocupou este espaço. Segue o 4-2-3-1, porém ainda mais afunilado.

Diagrama tático. Grêmio e Inter no 4-2-3-1.

Ate parece que o empate serviria ao Grêmio. O time recuou e não tinha mais forças de se organizar ofensivamente.

Gol! Inter novamente a frente do placar. Jajá cobra escanteio e encontra a cabeça de Fabricio. Belo gol que definiu o clássico.

Sem Luxemburgo no banco, André Lima ficou a beirada do gramado durante alguns minutos. O centroavante recebeu ordens e chamou Leandro. O garoto entrou no lugar de Bertoglio. Segue o 4-2-3-1 com inversão de Leandro com Marco Antônio.

A vantagem deu moral ao Inter. A equipe ganhou as ações de jogo e seguiu no campo ofensivo. De fora da área, Jajá e Leandro Damião ainda tiveram chances de ampliar o placar. No final Dorival substituiu Jajá por Bolatti. 

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Análise tática – Internacional x Fluminense


Finalmente chegamos a melhor fase da Libertadores, o mata-mata. Aonde o filho chora e a mãe não vê. O grande embate entre brasileiros poderia ter sido mais a frente, a Libertadores irá perder um dos favoritos, por qualquer que seja. No primeiro jogo um empate, talvez merecido. A decisão fica para o Rio de Janeiro, Flu com obrigação de vencer.

Mesmo com lesões, Dorival não abre mão do 4-2-3-1. Ausências de D’Alessandro e Oscar modificaram a dinâmica de jogo do Inter. Um clássico meia armador prejudicou imensamente o jogo colorado, Tinga não é este homem.

Fluminense de Abel Braga segue no mesmo 4-2-3-1. A exemplo do Inter, também sente imensa falta de Wellington Nem. O “único” homem de ataque foi anulado por Índio, Fred não voltou bem pós-lesão.

Diagrama tático. Ambos os times no 4-2-3-1. Setas pretas, movimentos ofensivos, amarelas defensivos.

Times espelhados taticamente e semelhantemente com setores perdidos em campo. No Inter, Datolo, Tinga e Dagoberto não tiveram movimentação necessária para envolver o Fluminense, não aproximavam de Leandro Damião. Tinga se postava muito a frente, a lacuna entre volantes e meias era imensa, o jogo não fluía. Laterais pouco utilizados e para piorar duas lesões ainda no primeiro tempo, Kléber sentiu aos 39 do primeiro tempo e Dagoberto aos 23, mas resistiu ate o intervalo.

Kleber foi substituído aos 43 do primeiro tempo, Fabricio entrou no seu lugar.

 Fluminense por sua vez tinha proposta de jogo muito simples. Prender os volantes frente aos zagueiros e liberar os laterais para o apoio. Wingers, Thiago Neves e Rafael Sóbis de pés invertidos não faziam dobradinha com laterais, mas sim a diagonal para o centro. Deco foi perseguido por Sandro Silva, o luso-brasileiro não teve vida fácil.

Outra peculiaridade dos times. Ambos jogavam por um lado, o esquerdo. Inter com Kleber, Datolo e Tinga, as costas de Thiago Neves e batendo de frente com Bruno e Edinho. Fluminense jogava as costas de Dagoberto com Carlinhos e Deco, era mano a mano com Nei e Sandro Silva.

Inter sem um articulador nato. Datolo saía do flanco e ingressava pelo centro para tentar organizar. Dagoberto se restringia ao flanco e sem auxilio de Nei pouco apareceu. Fluminense dependia de uma rápida saída de bola, volantes com pouca qualidade técnica não auxiliavam em nada. O contragolpe se tornou a principal arma, mas wingers sempre foram coadjuvantes, tudo dependia dos laterais e Deco.

Outro fato espelhado. Erro de passes. Ambas as equipes truncavam o jogo no meio campo graças aos passes errados. Leandro Damião e Fred foram meros expectadores da partida. A explicação por estes passes errados é que ambos os times jogavam objetivamente, o passe pensado era inexistente. Os times pouco ingressaram na área, volume de jogo grande em zona central do campo.

Diguinho sentiu lesão e saiu aos 30 minutos do primeiro tempo, no seu lugar entrou Jean. O esquema se manteve, apenas Jean foi para direita e Edinho para esquerda, com Jean o Fluminense ganhou em presença ofensiva.

Flagrante tático. Fluminense no 4-2-3-1 com wingers adiantados próximos a Fred.

Para compensar a falta de comprometimento dos wingers – Sóbis e Thiago Neves -, Edinho e Diguinho/Jean abusavam das faltas para frear os ataques rápidos do Inter.

Segundo Tempo

Outro Inter em campo. O que se espera de um time que joga em casa com apoio de sua torcida? Pressionar o adversário e procurar o gol sempre. Pois bem, Jajá entrou no lugar de Dagoberto, que estava descontado desde os 23 minutos. A dinâmica de jogo melhorou, Jajá possui força física, retém bola e gira sobre o adversário, sua movimentação confundiu marcação, pois caía era pelo centro, ora pelos flancos.

Diagrama tático. Inter se postando no campo do Fluminense.

Durante os primeiros 15 minutos o Inter adiantou marcação, pressionou com ambos os laterais e aproximou as linhas de defesa-meio-ataque. Damião foi mais bem acionado, Datolo ganhou dinâmica e Jajá reanimou o meio campo.

Fluminense foi obrigado a recuar e a se acuar no próprio campo. Os laterais já não passavam, os volantes careciam do auxilio dos homens de frente para não deixar o Inter jogar. Finalmente Thiago Neves e Rafael Sóbis recuaram e tentavam marcar o apoio dos laterais.

Logo aos 10 minutos da segunda etapa, PENALTI para o Internacional. Edinho fez o que era esperado de sua conduta. Um lance tosco em Leandro Damião, Edinho com um pontapé levantou o centroavante colorado. Datolo persuadiu Nei e foi o homem da cobrança.

Pausa, este foi o divisor de águas entre o bom jogo colorado e a recaída.

Datolo primeiramente deu as costas para bola - algo que não se deve fazer-, é canhoto - não que seja importante, apenas uma constatação – e, entregou o ouro ao ladrão, no caso o goleiro Diego Cavallieri, pois olhou duas vezes para o canto que ia bater, o argentino telegrafou o pênalti. Cavallieri pegou e seguiu o mesmo 0x0.

Os 15 minutos pós pênalti lembraram muito o primeiro tempo. Datolo afundou, não se encontrou mais no jogo. O Fluminense cresceu e começava novamente a trocar passes. Dorival demorou em tirar o argentino do jogo, mais precisamente somente aos 40 minutos.

Aos poucos o Inter foi se encontrando no jogo, graças a Jajá que chamou a responsabilidade e aceitou o jogo truncado contra meio campistas cariocas. Fabricio foi mais efetivo que Kleber pela esquerda.

Flagrante tático. Inter no 4-2-3-1 com Datolo perseguindo Bruno.

Abel Braga mudou aos 35 minutos. O extenuado Thiago Neves e para seu lugar entrou Lanzini. O argentino abriu na ponta direita e o 4-2-3-1 seguiu.

Ainda aconteceram duas trocas. Jô entrou no lugar de Datolo e seguiu na ponta esquerda, porém ainda mais agudo. Junio entrou no lugar de Rafael Sóbis, por vezes foi ponta e outras atacante ao lado de Fred.

Os últimos oito minutos foram de pressão colorada. Bola na trave, bicicleta de Leandro Damião e o time sempre rondando a área carioca. O empate se manteve e fica tudo para daqui a duas semanas, a decisão será no Engenhão. Que o melhor vença.

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Barcelona no 3-4-3 e variantes. Caímos, mas de cabeça erguida.


Não se trata de uma sensação europeia, mas sim de uma constatação, um fato. O Barcelona vinha em uma crescente que atingiu o teto como um foguete. Se tudo que sobe, desce, não demoraria em vermos um dos maiores times da historia cair por terra. Não que o bom futebol sumiu, ou que os jogadores desaprenderam, e nada de especular que Guardiola se perdeu. O time simplesmente chegou ao topo. Durante três anos, ninguém soube como frear este time, só agora aparecem os primeiros triunfos. O Barcelona perde, mas de cabeça erguida.

Camp Nou lotado para duelo ente Barcelona e Chelsea, aproximadamente 95 mil almas. Confronto valido pela semifinal da UEFA Champions League. Barcelona necessitava vencer para ir a final, por sua vez, o time inglês poderia ate perder. Os blues, porém, hoje jogaram de branco, foram bravos, arrancaram o empate e garantiram a vaga na final.

Pep Guardiola armou sua equipe com algumas pequenas variações, ora 3-3-4, ora 3-4-3, nada de inovador, tudo já visto em outras partidas. O homem da variação era Messi, o argentino recuava e se tornava o enganche no losango, e avançava tornando-se atacante ao lado de Sanchez. Outra variação, Busquets recuava e se tornava zagueiro ao lado de Pique, empurrando Mascherano e Puyol para laterais, assim 4-2-4.  

Flagrante tático. Barcelona no inicial 3-4-3 com losango no meio campo.

Flagrante tático. 4-2-4 do Barcelona, desta vem com Fabregas no lugar de Messi.

Pouco mudou, seguem  pequenas sociedades, linhas adiantadas, controle da posse, marcação agressiva e, desta vem sem vocação ofensiva.

Supremacia catalã desde os primeiros minutos. Salvo uma exceção deste jogo. Novamente o Barcelona pouco infiltrou, Cuenca sempre procurou a linha de fundo, Ashley Cole reinou sobre o garoto. Iniesta na ponta esquerda procurava o centro, mas o Barça teimava em não jogar por ali. Fabregas era coringa em duas variações, trocava de posição com Iniesta e Messi. A dificuldade em tabelar pelo centro deve-se ao fato do Chelsea amontoar jogadores frente sua área. Novamente o 4-1-4-1 que se tornava 4-5-1. Duas linhas inglesas bloqueando as tabelas e os passes curtos envolventes do adversário.

Voltando. A escola Barcelona, desde Cruyff, se impôs. Linhas adiantadas, zagueiros passando a linha de meio campo, sempre SETE ou mais jogadores no campo ofensivo. As pequenas sociedades do Barcelona estavam em constante movimentação, com bola e sem a mesma. Com posse de bola as triangulações se formam e os passes fluem. Sem bola as pequenas sociedades pressionam o adversário em campo alto o forçando ao erro. Primeiro tempo fechou com Chelsea acertando apenas 49% de seus passes, resultado da marcação catalã.

Flagrante tático. Barcelona com sete jogadores no campo ofensivo. Mascherano elemento surpresa.

Não há inversões longas, ligações diretas, decisões apressadas. O controle do jogo se dá com passes curtos dentro de cada pequena sociedade. Se não foi possível progredir com o triângulo formado por Xavi, Cuenca e Messi – por exemplo -, a bola é levada ao triângulo mais próximo, com Fabregas, Iniesta e Sanchez. Normalmente, dali pode ir para o centro à frente, recuar, para a esquerda à frente, para a esquerda atrás, voltar à direita…sem pressa. Mas nesta partida os passes não iam à frente, muitos laterais e sem objetividade alguma. O Barcelona não conseguiu transpor a “retranca” inglesa.

A proposta de jogo catalã era jogar pelos flancos e perto da área fazer diagonal. O grande problema foi que Cuenca jogou “solito” pela direita, não obteve vitoria pessoal sobre A.Cole. Quem sou eu para criticar Pep, mas creio que Cuenca tem menos “cancha” que Pedro, a experiência pesou. Quando os passes curtos pelo centro fluíram as grandes chances aconteceram, Messi regia as tabelas.

Sem bola, momento raro, o Barcelona tentava o bote em campo alto, caso o Chelsea passasse pela blitz, os jogadores recuavam. Dois esquemas poderiam ser vistos. 3-4-3 com losango no meio campo, ou, 4-3-3 com recuo de Busquets aprofundando entre zagueiros, Xavi na primeira função do triangulo de base alta, Fabregas e Messi como meias. Ainda existiu um raro 3-4-3 com meio campo em quadrado, pois Busquets e Xavi alinhavam, Messi e Fabregas de mesma forma. 

Flagrante tático. Setas pretas 4-3-3, setas vermelhas 3-4-3 com meio campo em quadrado.

Lesão de Pique aos 26 minutos do primeiro tempo, para seu lugar entrou o lateral Dani Alves. Vejam a curiosidade. Daniel Alves de ponta contra o Chelsea em Londres, para zagueiro em Barcelona, versátil o brasileiro não? Alias, como todo elenco de Guardiola.

Reparem na estatura dos “zagueiros” do Barça. Daniel Alves (1m73cm), Mascherano (1m74cm) e Puyol (1m78cm). Uma zaga nanica. Com mudança, Daniel Alves passou a ser o zagueiro pela direita, Mascherano pelo centro e Puyol mantido na esquerda.

Toca,roda, se movimenta, abre espaço, recebe... Assim é o Barcelona. Novamente o clube dominou seu adversário. O que explica a derrota? Talvez o fato do Barcelona perder a cobertura das laterais. Novamente Ramires em velocidade venceu a zaga, mas desta vez marcou o seu, golaço, ao melhor estilo Lionel Messi, encobrindo o goleiro.

Novamente Messi se posicionou entre a linha de meio campo e os zagueiros. Por vezes o argentino saía desta posição para dar maior liberdade ao falso-9 Alexis Sanchez.

A falta de diagonais, time pouco agudo resultou em um Barcelona menos objetivo. Foram apenas cinco chutes a gol contra três do Chelsea. No abafa o Barça sofreu o gol de empate, gol este que pregou o ultimo prego do caixão.

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Flamengo, clube que retrata o Brasil?


O clube com maior torcida no Brasil, querido por todos, situado no estado de maior folclore e sempre nos holofotes nacionais e internacionais. Este é o Clube de Regatas Flamengo, atualmente chama atenção por seus tropeços dentro e fora de campo. Porque o maravilhoso Flamengo retrata o Brasil? Algumas características do clube, atletas e sua presidenta casam perfeitamente com o Brasil. Não poderia ser de outra forma, o Flamengo fica no seio deste país.

Outro fato condizente é a malandragem brasileira. Creio que esta provem do estado do Rio de Janeiro. Por vezes esta malandragem não ajuda nossa imagem dentro e fora do país.

Que fique bem claro. A política da Presidenta Patrícia Amorim não condiz com a reputação e, até agora, governo , de nossa Presidenta Dilma Rousseff. Mas lembra muito, alguns, de nossos governadores, senadores, deputados, prefeitos e vereadores. O descaso com setor financeiro do clube é inadmissível para alguém que lida com grandes montantes, no caso de nossos governantes, desde as pequenas cidades as grandes metrópoles. Muitos criticam o porquê do Flamengo atual não ser um criador de jogadores, acredito que pelo fato de ser mais fácil contratar e acumular dividas. Como formar jogadores, e cidadãos se não há investimento em CT’s de treinamento e escolas? Se desejarmos deixar um legado para futuras gerações é necessário começar agora. Empurrar com a barriga é acumular mais e, mais trabalho.

O que ficava atrelado somente com a política esta invadindo os clubes. A disputa partidária lesa apenas o clube, cidade, torcedor, cidadão. As entranhas clubisticas e partidárias estão perdendo sua essência. Outro fato novo é utilizar o futebol como meio de se eleger em cargos públicos, falta de caráter e honra por completa.

A imagem vendida para o exterior do Brasil geralmente gira em torno de praias, carnaval. Curiosamente estes pontos são abundantes no Rio de Janeiro, onde se encontra o Flamengo. Clube este que, atualmente se encontra em completa desorganização, desde o planejamento de cargos de confiança, passando por contratações de jogadores e privilegiados, por escolherem o turno de treino.

A magia por jogar no Flamengo torna-se ainda maior pela vida social que a cidade maravilhosa oferece. Desfrutar a cidade maravilhosa com um grande salário seria, desculpe a redundância, maravilhoso. Outro problema. Dirigentes prometem, mas não cumprem, salários em dia teria de ser obrigação, porém se torna um fardo nas atuais gestões.

Nem deveria entrar neste assunto, mas já que estamos aqui. O salário de nossos trabalhadores é medíocre em comparação a outros países. Se nos consideramos país de primeiro mundo, é preciso fornecer as condições dos mesmos.

Corrupção, trafico de influencia, desigualdade social, desvio de verbas e tantos outros problemas de um país subdesenvolvido. Pois bem, estamos agraciados por todos.O mundo do futebol parece ser fascinante, mas os grandes salários são restritos a jogadores de serie A, os outros se conformam com o que tem. A desigualdade se mantem em nível social, vale o famoso ditado : "O rico cada vez mais rico, o pobre cada vez mais pobre." Nossa política, empresas, escolas, hospitais, delegacias, clubes, enfim... Todos âmbitos sofrem com este cenário. A nação esta cansada, então, que comecem as atitudes para mudar.

O Flamengo não possui casa própria a exemplo de muitos brasileiros. Não ter seu estádio ou centro de treinamento a altura do clube é uma vergonha. As más administrações, aparentemente, estão longe do fim. A profissionalização do futebol no Brasil caminha a passo de tartaruga, semelhantemente nossa política interna.  Por vezes, nossos governantes, sequer possuem nível básico, entram na política pelo montante envolvido.

Outro exemplo a não ser seguido. O Flamengo em relação aos seus sócios. Como explicar que o clube de maior torcida no Brasil não possuir um grande quadro social? É incompreensível a forma com que o Flamengo lida com seu marketing. O clube carioca com seus “sócios”, o Brasil com seus trabalhadores que vivem para pagar impostos.

Com a completa falta de organização, o Flamengo e outros clubes vivem à custa do grande montante investido, atualmente, no futebol brasileiro. Acredito que esta bola de neve não terá um bom resultado. Má administração envolvendo grande quantia de dinheiro resulta em dividas. Clubes fechando as portas por terem extrapolado sua receita e cidades quebrando por más gestões é, infelizmente, normal.

Para mudar nossa atual sociedade é preciso apostar em melhor qualificação, futuras gerações serão formadas por nós, e o que desejamos? Alem de profissionais qualificados é preciso apostar na formação de caráter e, individuo como um todo.

Deixo claro que nosso país esta em franca evolução, não se pode afirmar o mesmo do glorioso Flamengo. Aparentemente presidentes e presidentas teimam em não querer que o clube continue com a alcunha de gigante. Vale ressaltar que esta não é exclusividade do Flamengo, muitos outros clubes se encontram no mesmo patamar.

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Bilbao de Bielsa no 4-3-3

Imaginem um louco comandar um time de futebol. Este seria repleto de utopias, jogadas inimagináveis, ofensividade e condenado por todos. Bom, acredito que condenado no Brasil, quem sabe até internado em algum instituto psiquiátrico. Pois bem, na Espanha o futebol bem jogado e que valoriza as canteras, é quase que obrigação. Loco Bielsa arma seu time com paixão, bravura e um pitaco de loucura. Os ideais do treinador combinam com o País Basco onde se encontra o Athletic de Bilbao.

Este futebol objetivo e que encanta a Uefa Europa League já tinha chamado atenção de Pep Guardiola, treinador do Barcelona, que admira as ideias do argentino.

O jogo de hoje tinha tudo para terminar no merecido 1x0 em favor do Bilbao, mas o destino quis que os portugueses virassem e aquecessem o jogo da volta no País Basco.

Loco Bielsa arma seu time no 4-3-3 com intensa movimentação e sempre explorando os lados do campo. Uma pequena variação de esquema é utilizada em certos momentos. O volante do triangulo de base alta recua e se torna um zagueiro, formando assim um 3-4-3. O time lembra o Barcelona por dominar o adversário, ter posse de bola e ser extremamente objetivo.

Flagrante tático. Bilbao no 4-3-3

O Bilbao tem como objetivo sempre ter a posse de bola e agredir o adversário. A pressão em logo recuperar a bola pode ser confundida em marcação individual, não é. Os jogadores fazem o presseing no adversário, reduzem espaço e os forçam ao erro. Com encaixe bem feito, os jogadores sempre estavam próximos aos adversários de sua zona. Recebia maior pressão o jogador com bola e aqueles que se apresentavam em cada momento como opção de passe.

Logo ao recuperar a posse de bola o time tenta encontrar espaço pelos lados do campo, o passe curto geralmente sai do lateral procurando o ponta. Após passar a linha de meio campo as linhas se adiantam e logo tomam conta do campo adversario. Normalmente com cinco jogadores ou mais. Passes curtos sempre pelos flancos. Movimentos ofensivos sempre com toques rápidos, infiltrações, triangulações contando com: lateral, ponta e meia.  

Flagrante tático. Bilbao com cinco homens no campo de ataque e jogando pelo lado do campo.

Iturraspe foi o volante do triangulo de base alta que recuava e se tornava um terceiro zagueiro pela direita para os laterais apoiarem simultaneamente. Os laterais passam, os pontas ingressam na área e o cruzamento procurando Llorente mais os dois pontas é utilizado. O apoio dos laterais gera triangulo, já citados. Estes triângulos é que fazem a pressão no adversário, mesmo que não recuperem a posse de bola, mas geram tempo na recomposição dos demais.

Quando o adversário consegue passar a pressão do Bilbao o posicionamento defensivo efetivo era com NOVE jogadores. Sistema defensivo que já contava com primeira linha e Iturraspe recuando para se tornar um terceiro zagueiro, era auxiliado pelos pontas recuavam fechando os lados do campo, meias recuavam fazendo volume na faixa central. Todos marcando e dando bote no adversário.

Flagrante tático. Bilbao com nove jogadores em campo defensivo. Momento de transição, Iturraspe se tornando terceiro zagueiro.

Posse de bola era sempre agressiva, os toques curtos eram facilitados por sempre ter um companheiro próximo. O único que se abstinha de tocar e fazer os jogadores rodarem era Llorente que é um centroavante de área. Nesta partida, em especial, Muniain e Herrera foram discretos, não tiveram prestação de outros jogos. Com lado esquerdo do campo comprometido ofensivamente o Bilbao sempre jogou pela direita, Iraola e Susaeta sempre foram agressivos e causaram problemas a zaga do Sporting.

O que me impressionou foi o bate cabeça na zaga do Bilbao. O sistema defensivo se perdeu nos últimos dez minutos. O feitiço virou contra o feiticeiro, acostumado em pressionar o adversário o Athletic se perdeu ao ser pressionado, a zaga sofreu e vazou. Faltou cobertura do meio campo e pontas, passes errados fornecendo a posse de bola perto de Iraizoz e assim o Sporting virou.

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Chelsea, a um passo da final? 4-1-4-1 deu resultado

Há controvérsias. O completo favoritismo do Barcelona, até em Stanford Bridge, não se concretizou no placar, pois em campo a equipe catalã dominou os Blues. Foram 25 finalizações contra apenas 5 do Chelsea. Entretanto o estilo dos Blues saiu vencedor. A equipe de Di Matteo foi a campo com proposta semelhante ao Levante, clube que enfrentou o Barcelona no sábado. O agrupamento de jogadores em campo defensivo frente à entrada da área dificultou as infiltrações do Barcelona, diminuiu o espaço para trocar passes, mas ainda sim o Barcelona dominou, só não marcou.

Ainda não existe uma receita de como parar o time de Guardiola, mas estes dois últimos confrontos, mesmo o Levante derrotado, demonstra que é possível frea-lo com muito trabalho e uma dose de sorte. Não estou tirando os méritos do Chelsea, apenas trabalhando em cima de fatos. O Barcelona finalizou duas bolas na trave, Ashley Cole salvou uma bola que estava entrando, Sanchez perdeu gol frente a Petr Cech, Fabregas outras duas oportunidades. Enfim, o Barcelona perdeu oportunidades que não costumava errar.

O italiano Di Matteo montou sua equipe no 4-1-4-1, ou tinha em mente. Uma variação de esquema, acredito que indesejada, acontecia. Mikel seria o “1” entre as linhas, mas invariavelmente adiantava-se e ingressava na segunda linha de quatro, assim tornando um 4-5-1. Este intruso se adiantava para dar o bote no adversário, geralmente errava, abria espaço as suas costas e Messi ficava livre para trabalhar.

Flagrante tático. 4-1-4-1 com Mikel respeitando sua posição inicial. 

A proposta do Chelsea era simples na teoria, mas uma verdadeira epopeia na pratica. Como não deixar o temível Barcelona marcar? Dedicação e entrega de todos em campo, os comandados de Di Matteo seguiram a risca a estratégia. Os blues defendiam com NOVE jogadores, apenas Drogba ficava a frente. A equipe agrupou jogadores frente sua área, povoou o meio campo e não deixou o Barcelona infiltrar, oferecia zona para o Barcelona trocar passes longe da meta de Cech.

O Chelsea encaixou a marcação sobre o Barcelona. Drogba com os zagueiros, Ramires x Dani Alves e Mata x Adriano, Lampard x Fabregas e Raul Meireles x Xavi, Mikel com Messi e os laterais com os pontas. Os zagueiros teoricamente ficariam na sobra, mas Mikel sempre saía de sua posição inicial para combater Busquets e Messi ficava sozinho as suas costas. Mikel sabia do perigo que estava correndo e mesmo assim, assinava em baixo.

Flagrante tático. 4-5-1 alinhado com Mikel se adiantando para combater Busquets. 

Os ingleses abdicaram da posse de bola, ou inteligentemente a ofereceram sem protestar. Incríveis 72% de posse do Barcelona, contra miseráveis 28% do Chelsea. O recuo das linhas não favorecia os ataques, a única opção foi à ligação direta, e assim se confirmou. Mata como winger não se adaptou, seu forte é sair do flanco e articular pelo centro, mas com esta proposta de jogo, o espanhol sumiu. Ramires casou com este estilo de jogo, pois possui explosão muscular e velocidade para ultrapassar seus adversários. Lampard possui fama de passador, garçom, finalizador de longa distancia e confirmou seus precedentes. Lançou primorosamente Ramires, este que encontrou espaço as costas de Dani Alves, passou pela cobertura e tocou para o “matador” Drogba fazer o que sabe de melhor, o gol.

Flagrante tático. Momento do gol. Novamente 5 homens no meio campo. Ramires presta a disparar contra Maschrano.

Ambos os times se mostraram carentes por um dos lados. O Barcelona atacava preferencialmente pela direita, Dani Alves e Sanchez. O Chelsea pela esquerda, Ashley Cole e Ramires. Iniesta na esquerda foi coadjuvante, pouco apareceu. O estilo de jogo não favorecia a Mata que teve maior prestação defensiva.

A marcação não chegava a ser individual, simplesmente, ou nem tão simples assim, os esquemas se encaixaram. O bote ao adversário era evitado ao máximo, pois se errasse, qualquer palmo de campo era muito aos pequeninos catalães.

Drogba fez o que se esperava dele, gol. O porte físico do marfinense propicia um jogo mais trombado com zagueiros, pivô com vitoria pessoal sobre Mascherano e Puyol. Isto foi imprescindível, pois assim quebrava a pressão do Barcelona. O intenso bate-volta, ou seja, Chelsea ganha posse de bola, mas logo a perde, era interrompido com as arrancadas de Drogba, único suspiro dos ingleses.

Ramires é volante de natureza, mas Di Matteo inovou o escalando como winger. Assim o Chelsea ganha em presença ofensiva e defensiva. O brasileiro possui grande velocidade, faz diagonal, e ainda volta para recompor o sistema defensivo. O sonho de todo treinador.

Os Blues não garantiram vaga na final, mas largam na frente contra o favorito Barcelona. Jogar no Camp Nou é outra historia. “A sorte acompanha os audazes”, por enquanto sim, veremos no próximo embate.

Obs: Em relação a inovação de Di Matteo a Ramires. O Brasileiro já foi utilizado como winger no Cruzeiro.

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Análise tática - Bayern de Munique 2x1 Real Madrid - Vontade e aplicação.

Texto de Rai Monteiro, do blog Taticamente Falando.

Existem pontos no futebol que são cruciais. Um exemplo é a vontade, a garra, a determinação com que um time entra em campo para fazer um partida, seja ela que qual importância for. E um outro exemplo é a aplicação, não só tática, mas também, da proposta de jogo, apresentada durante toda uma competição. Convenhamos que mudar essas duais coisas em uma semi-fínal é quase suicidio. Pois Mourinho teve essa "audácia" ou burrice mesmo.

Muito foi falado nos bastidores, sobre um questão tática, a marcação de ponta para ponta, ou seja, a marcação dos pontas do Real, Cristiano Ronaldo e Dí María em Robben e Ribery respectivamente, e vice versa. Simples não aconteceu, Mourinho não quis, Cristiano Ronaldo não auxiliou na marcação de Robben e Dí María nada ajudou na marcação á Ribery. O Que no Bayer aconteceu ao contrario, Robben e Ribery, sem a bola, sempre voltavam a caça dos meias do Madrid. Um exemplo mais detalhado de aplicação.

Os guerreiros de Munique, com cede de vitória, pois o fato da decisão ser feita no mesmo estádio do jogo de hoje, ajudou e muito como motivação para os baváros. Foi uma guerra pra eles, sem a bola todos voltavam, marcavam e se aplicavam, com ela os mais habilidosos armavam as jogadas de perigo. Um exemplo de vontade.

O polêmico gol de Ribery, serviu como premio aos vermelhos de Munique, pois o time começou sendo pressionado se acalmou e partiu para o ataque, com calma e inteligência, o que fez diferença, juntamente com a pressão da torcida local.




Times espelhados no 4-2-3-1 o que diferenciou o Bayern do Real, foram os aspectos já sitados á cima, a vontade a garra do time de vencer e a aplicação, todos marcação, todos ajudam a derrubar o gigante. No ataque velocidade e incisividade.

No segundo tempo, o Bayern recuou um pouco, ficou nos esticões de bola e nas jogadas com Super Mario, que sofreu, perdeu gols, mas no fim teve seu mérito. O Real melhorou, se soltou, e chegou ao empate com Ozil, após Cristiano Ronaldo perdeu um gol incrível.

Então com o empate do Madrid, veio o maior erro de Mourinho; Sacar Dí María e Ozil e colocar Granero e Marcelo, o time recuou demais, gritou ao Bayern; - Ei vem me atacar. Cristiano Ronaldo foi para a direita, Robben acompanhou ele no lado direito, para marca-ló, Marcelo ficou pela esquerda, como ponta situação inédita e Granero pelo meio, o Real perdeu força, velocidade e tudo que planejava.

Muller entrou no lugar de Schweinsteiger, Kroos veio compor com Luiz Gustavo. Muller centralizou, Robben abriu pela esquerda para marcar Cristiano e Ribery ficou pela direita, dando um show no fraquíssimo Coentrão e Mario Gomez pelo centro.

Quando o jogo já parecia liquidado e o Real com o empate garantido, Lahm fez ótima jogada pela direita e cruzou para Mario Gomez colocar o Bayern em vantagem na Alianz Arena. O Real ainda tem boas chances de passar, se Mourinho deixar de teimosia, hoje por exemplo não era jogo para o fraco Coentrão; Marcelo e Kaká no banco é outro ponto em que Mourinho pecou.

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Levante por um triz

Não que esta partida sirva de lição para Chelsea e Real Madrid adotarem o estilo de jogo do Levante, mas mostrou que este Barcelona sem espaço se torna pouco arrebatador. Muitos já tentaram marcar, agredir, atacar, porém não se tem uma formula básica de como anular/vencer o time de Guardiola.

O Levante é uma surpresa do campeonato espanhol, esta em quinto na classificação geral, chegou a ser líder do campeonato. O que impressiona é o montante disponível para contratações e salários do clube, aproximadamente 21 milhões de euros, menos de 2 milhões de euros mês.

Juan Ignacio Martinez, treinador do Levante, armou sua equipe no hibrido 4-4-1-1 sem bola para o 4-2-3-1 com posse da mesma. O treinador soube, em parte, como anular o time catalão. O agrupamento de jogadores frente sua área dificultou as diagonais do Barcelona. A marcação a zona beneficiou a posse de bola do Barça, mas o posicionamento dos jogadores, do Levante, não deixava o time de Pep encontrar espaços.

O jogo sempre foi proposto pelo Barcelona, à posse de bola beirou os 70%. Desde os primeiros minutos o Levante já se encontrava acuado em seu campo. O Levante posicionou NOVE jogadores frente sua área, povoou o meio campo e aproximou as linhas. Espaço para o time de Guardiola tocar era minúsculo, qualquer palmo de campo era muito.

Flagrante tático. Levante agrupa NOVE jogadores em seu campo e não cede espaços ao Barcelona.  

A marcação do Levante foi contraria ao que todos pregam. Por zona e apenas cercando. Wingers auxiliando laterais na marcação pelo flanco, volantes pelo centro. O bote para recuperar a bola não existia, creio que por receio de cometer falta, ou, ao tomar o drible acabar cedendo espaço ao Barcelona.

O agrupamento de jogadores prejudicava o jogo do Barcelona. A filosofia catalã de infiltrar por diagonais foi raridade, entrar a toques na área não existiu. Os pontas do Barça começavam a erguer bolas na área sem direção, sequer eram cruzamentos rasantes, mas sim os famosos chuveirinhos.

Logo que o Levante recuperava a posse de bola o passe longo era a principal arma. O passe acelerado sempre na vertical tinha como intuito pegar o Barcelona no contra pé. Geralmente a ligação direta procurava Valdo na direita, as costas de Adriano, lateral de origem, mas improvisado de zagueiro. Koné tinha de se virar contra sua sombra, Mascherano. Pedro Botelho na direita apenas fechava o flanco, ofensivamente contribuía pouco. Barkero ora atacante ao lado de Koné, ora meia tabelando com Valdo. O Levante sempre foi mais agudo pela direita com Valdo em velocidade. O time de Juan Ignacio sempre procurou passes na diagonal, cruzamentos foram raros, pois apenas Koné estava na área.

Ao perder a bola o time contava com a solidariedade de quase todos, compactação e recuo das linhas para formar o 4-4-1-1, Koné era o único a frente que não auxiliava o setor defensivo. Pedro Botelho, lateral de origem, fechava o flanco esquerdo e por vezes alinhava-se a primeira linha de quatro. Barkero recuava e se posicionava frente à linha de meio campo. Valdo demorava na recomposição, mas o Barca pouco explorou seu lado. Os volantes, Torres e Iborra, marcavam pelo centro, os lados do campo eram com laterais e wingers.

Flagrante tático. 4-4-1-1.

Laterais que pouco foram a frente, sequer fizeram jogada de linha de fundo, durante o jogo preocuparam-se mais em marcar os pontas adversários. A presença ofensiva era com os dois volantes (Torres e Iborra) para pegar o rebote ofensivo, wingers (Botelho e Valdo) avançando pelos flancos, meia-atacante (Valdo) aproximando de Koné e o centro avante (Koné) fazendo pivô e jogando em velocidade. 4-2-3-1 com estes cinco ou seis homens à frente e passe vertical.

Flagrante tático. 4-2-3-1 com presença dos volantes, wingers, meia central e centro-avante.

O gol do Levante saiu em um erro de Victor Valdes. Em cobrança de escanteio o goleiro soltou a bola, em bate rebate, Busquets colocou a mão na bola, pênalti. Barkero cobrou e marcou.

O Barça empatou com Messi em um belo chute na entrada da área. O gol da virada gerou grande discussão. Teria sido pênalti? O bandeirinha sinalizou e o juiz confirmou. Messi cobrou e 2x1 Barcelona. O apito amigo tirou um ponto do Levante.

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Para dentro deles. Fla no 4-3-3

“Pra que mentir
Fingir que não acabou
Tentar ficar amigos sem rancor
A emoção acabou
Que coincidência é o amor
A nossa música nunca mais tocou”

Adaptação a musica, Beija-flor, de Cazuza que pode refletir a eliminação do rubro negro carioca.

O Clube de Regatas Flamengo esta eliminado da Libertadores, sequer passou da fase de grupos. O time da gávea necessitava ganhar e ainda torcer por um empate entre Olímpia e Emelec, ganhou, mas o empate no Paraguai não saiu. Emocionante o jogo em Assunção. O Flamengo passou do céu ao inferno em quatro minutos.

Vitoria com sobras contra o Lanus. 3x0 ao natural com futebol de classificado. Joel Santana escalou o que tinha de melhor, um ofensivo 4-3-3 que não deixou o time argentino dar o ar da graça.

Precisando vencer o Papai Joel escalou o time para dentro deles. 4-3-3 com triangulo de base alta, variando para o 4-4-2 losango quando o time estava sem posse de bola. Creio que esta variação deve ser para equilibrar o meio campo, Lanus com cinco homens e Fla com quatro. Ou, Ronaldinho recuando para lançar Vagner Love/Deivid.

Diagrama tático. Setas amarelas movimentos defensivos, pretas ofensivos.

Primeiros 15 minutos não agradaram a ninguém. O Lanus conseguiu bloquear o instinto do Flamengo. A ligação direta ao ataque não funcionou, os lados do campo não conseguiam ser explorados, graças à marcação de Regueiro e Valeri aos laterais. Com tempo o Lanus abriu mão desta marcação e a estrela de Ronaldinho brilhou.

Flamengo teve maior posse de bola e sempre propôs ao jogo. O estilo de jogo era abrir pelos lado do campo e enveredar para o centro, seja com Ronaldinhou ou Deivid. Os cruzamentos de linha de fundo foram atípicos.

Ficou nítido o estilo de jogo do Flamengo. Atacar preferencialmente pela esquerda. Junior Cesar e Ronaldinho faziam dobradinha pelo lado, o Gaucho abria corredor e o lateral passava. Do outro lado. Deivid não foi ponta, era mais um atacante por dentro, Léo Moura passava, mas não tinha parceria para tabelar. Compensações. Quando Junior Cesar passava, Willians guardava posição. Luiz Antônio e Léo Moura revezavam no apoio pela direita, se Léo passasse, Luiz recuava e fazia de lateral, se Luiz passasse, Léo guardava posição.

Bottinelli foi um passador, no lado esquerdo, não tinha presença na área e não se oferecia para triangulação com Junior e Ronaldinho. Luiz Antônio, era mais incisivo pela direita, foi um lateral quando Léo Moura não passava. Willians o volante plantado frente aos zagueiros, sua movimentação se restringia a cobrir Junior Cesar.

O triangulo de base alta do Flamengo não jogava em conjunto. Era espalhado pelo campo para favorecer o 4-3-3, pois o jogo fluía pelos flancos. Articulação descentralizada e dependente das jogadas pelos lados.

Flagrante tático. Flamengo no 4-3-3 com triângulo de base alta.

O losango é simples de ser explicado. O tripé de volantes se mantém, apenas Ronaldinho recua e se torna o ponta-de-lança. Ele seria um facilitador entre a transição defensiva-ofensiva, seja ela com passes longos procurando os atacantes ou “organizando” o time com passes curtos e mostrando o caminho das pedras.

Flagrante tático. Flamengo no 4-4-2 losango, Ronaldinho recua para ser o ponta-de-lança.

Quando com bola, o time se adiantava e a linha de defesa se aproximava do meio campo. A proposta foi interessante, mas os buracos nas laterais, principalmente as costas de Léo Moura, levava perigo ao gol de Felipe. Lanus se aproveitou da dificuldade de Luiz Antônio e Gonzalez ao cobrir subida de Léo Moura e explorou bem a bola longa para Regueiro.

Sem espaço para tocar a bola o rubro negro procurava o pivô em Vagner Love. O centroavante recuava, jogava de costas e fazia parede chamando os companheiros que vinham de trás. Jogada esta que não foi corriqueira, pois a marcação do Lanus pelo centro dificultava diagonais.

Defendendo o Flamengo não encontrou grandes problemas. O Lanus não oferecia grande perigo. As principais jogadas eram no pivô para Pavone, bola as costas dos laterais e paramos por aí.

O Flamengo poderia ter explorado melhor o lado direito de ataque. Deivid foi mais um atacante pelo centro e não auxiliou o apoio de Luiz Antônio ou Léo Moura. O lado esquerdo foi bem explorado, era noite de Ronaldinho, o gaucho fez bailar os adversários e desequilibrou a partida.

Os gols. Bottinelli em bela cobrança de escanteio, bola curva encontrou a cabeça de Wellinton, 1x0 Fla. Ronaldinho pelo centro dribla dois jogadores e serve para Deivid, livre, leve e solto marcar. Novamente Ronaldinho, na ponta esquerda, dribla dois jogadores e de chuveirinho cruza para Luiz Antônio decretar o 3x0.

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Análise tática - Fluminense 0x2 Boca Juniors - Estagnação Tricolor e aplicação Xeneize



O Cenário era todo favorável ao Flu, Engenhão lotado, time líder do Grupo na Libertadores, 100% de aproveitamento, um bom time, a vitória contra o Boca em La Bombonera e a contusão de Riquelme(principal jogador Xeneize) fizeram com que o Flu se tornasse favorito demais. 
Mas em campo, o que se viu fui um Flu perdido e um Boca com garra e vontade que lembraram o timemulticampeão.

No primeiro tempo, o Boca começou marcando forte e não dando espaço para o Flu criar, com um meio diferente da derrota para os Tricolores no primeiro jogo, só Erviti seguiu no time. Falcionni colocou Erbescomo primeiro volante, marcando quase sempre DecoErviti e Ledesma saíam ao ataque, mas não esqueciam W.Nem e Thiago Neves respectivamente as costas deles. Sem RiquelmeChavez foi o meia de criação, que também recompunha a marcação.

O Ataque era formado por Cvitanich e Santiago Silva, ambos muito bem em campo, Silva um pouco mais fixo eCvitanich caindo as costas dos alas, pelos dois lados, com muita velocidade e incisividade. A Zaga fraca do Flu errava demais e aos 33' após um chutão de SchiaviL.Euzébio cabeceou errado e Cvitanich colocou no cantinho e abriu o placar para o Boca.

Abel, inverteu W.Nem e Thiago Neves: Thiago Neves morreu pela esquerda, teve algumas boas invertidas para a direita, mas pouco lances de gol. W.Nem na sua característica jogou bem com algumas jogadas em diagonal. Deco pelo meio e Fred na referência, completaram o sistema tático do Flu no 4-2-3-1.


Abel logo voltou com Jean, ganhando mais saída de jogo, ao seu meio-campo, já que perdia o jogo, foi pra cima com tudo. Sem sucesso, o Boca marcou muito bem e neutralizou as ações ofensivas do Tricolor. Então Fred sentiu e Rafael Moura entrou, Abel reorganizou o time no 4-4-2, com Diguinho e Deco como volantes, Thiago Neves pela esquerda e Lanzini pela direita. W.Nem lá na ponta direita e Rafael Moura no centro.

Falcionni colocou, Mouche e Sanchez. Mouche para fazer as jogadas em diagonal, função semelhante a de W.Nem, e Sanchez entrou para fechar o meio pela esquerda e chegar de trás. Aos 30', Mouche cruzou da direita, a bola atravessou toda a área e sobrou para Sanchez marcar o segundo e vingar a derrota em La Bombonera, além de garantir a vaga do Boca nas oitavas de final da Libertadores 2012.

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