A despedida de Pep Guardiola marca o fim de uma era



A despedida de Pep Guardiola marca o fim de uma era
Acabou. O time que encanta o mundo há quatro temporadas chegou ao fim de um ciclo. E não poderia encerrar este ciclo de uma forma melhor: com um título. Títulos, aliás, viraram uma especialidade desta equipe. Durante o período em que Pep esteve à frente do clube, o Barcelona conquistou 14 títulos de 19 possíveis, ou seja, três quartos de todas as competições disputadas. Vamos ao último deles:

4-3-3. Com triângulo de base alta no meio-campo.
O Barcelona entrou em campo no já tradicional 4-3-3 variando para um 3-4-3. Trocas constantes de posição, mudança de esquema tático, pressão alta, posse bola absurdamente superior ao adversário, enfim, todas as características que caracterizaram o Barcelona de Pep estiveram presentes na partida.

O goleiro foi o reserva Pinto, já tradicional nos jogos da Copa do Rei.

A defesa contou com Montoya, jogador do Barcelona B, na lateral direita, Pique e Mascherano como zagueiros e Adriano na lateral esquerda. Como já foi feito em várias partidas durante a temporada, Busquets recua entre os zagueiros, Pique e Mascherano abrem pelos lados, liberando os dois laterais para o apoio simultâneo. Esses movimentos acabam dando um novo formato à equipe catalã, o 3-4-3 que pode ser visto na imagem abaixo.

Busquets recua e os laterais avançam, formando o 3-4-3.
O meio-campo formado pelo trio Busquets, Xavi e Iniesta comanda a articulação da equipe com maestria. Xavi e Iniesta atingiram um entrosamento fantástico com Guardiola, que fez destes dois jogadores figuras constantes na escolha de melhor do mundo da FIFA.

O ataque tem Messi, outro grande achado de Pep. Com o treinador, Messi passou a atuar centralizado, na função que se convencionou chamar de “falso 9”. Com liberdade para movimentar-se, voltando para articular e servir os companheiros, chegando à frente para receber o passe dos meias e entrando a dribles, enfileirando os defensores adversários e sendo o maior artilheiro da história em uma única temporada com 78 gols (73 pelo Barça e 5 pela Seleção Argentina), superando os 77 de Pelé em 58.

Pedro e Alexis Sánchez jogaram pelos lados do ataque, Pedro mais pela direita e Alexis na esquerda, mas era comum que eles trocassem de posição entre si e com Messi também. Ambos faziam as diagonais que faltaram ao Barcelona neste final de temporada, chegando para finalizar ou servir Messi.

Há de se destacar também a forte marcação ainda no campo de ataque, outra característica trazida por Pep. A pressão sobre a defesa adversária é constante, focando o adversário a dar um chutão para o campo de ataque. A disposição de todos jogadores da equipe para a marcação também contribuiu para o show visto em Madrid.

Aposse de bola esmagadora, que faz qualquer adversário parecer uma equipe de várzea, foi determinante mais uma vez. O toque paciente, com calma e classe, buscando uma abertura na defesa adversária para infiltrar que garantiu que a equipe tivesse maior posse de bola que o adversário em todos os jogos da Era Guardiola.

Parabéns ao Guardiola por montar um time inesquecível. Um time que fez Real Madrid, Milan Inter, Chelsea, Manchester United, Santos, Estudiantes e tantas outras grandes equipes do futebol mundial jogarem como equipes fracas, impotentes ao poderio ofensivo catalão. Um time que se ousou comparar ao Santos de Pelé, à Seleção Brasileira de 70 e à Holanda de 74. Um time que nunca sairá da memória de quem realmente gosta de futebol.

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